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domingo, 7 de junho de 2009

O processo de agregação do valor turístico

O PROCESSO DE AGREGAÇÃO DE VALOR TURÍSTICO

De um modo geral, a oferta turística é a quantidade organizada de valores turísticos que uma determinada sociedade em determinada localidade está apta e disposta a colocar no mercado sob a forma de mercadorias por determinado preço, qualidade e período de tempo.
O fenômeno turístico escapa da regra geral da lei dos mercados.
No sistema turístico de produção existem os agentes econômicos que são aqueles que participam do sistema econômico produzindo bens e serviços, recebendo a renda gerada nessa economia ou consumindo esses bens e serviços. Eles são também transformadores de valor. Os principais agentes são aqueles que geram atrativos e os produtos sociais da hospitalidade, etc.
Estes agentes estão no governo da localidade receptora, na comunidade anfitriã, nos trabalhadores do setor, nas empresas de maneira geral, nos turistas e no sistema financeiro da localidade emissora. Especificando cada um deles temos:
- Governo da localidade receptora: pelo lado físico, o governo oferta bens e serviços públicos. Realiza políticas econômicas que influenciam a vida econômica da comunidade anfitriã, dos investidores e dos turistas. Pelo lado financeiro, o governo cobra taxas e impostos dos agentes econômicos aos quais presta serviços. Também acumulam em suas funções a de financiamento e promoção. A regulamentação e o controle das leis sobre o fluxo de pessoas também é função do Estado.
- Comunidade receptora: estabelecida em espaço definido. Os benefícios econômicos são percebidos pela comunidade receptora por intermédio do aumento de renda da localidade e da geração de empregos diretos, indiretos e induzidos. O turismo pode trazer conseqüências negativas para a comunidade, então é preciso que a mesma se organize para denunciar, controlar e coibir esses fenômenos.
- Empresas de maneira geral: estão incluídas todas as empresas da localidade receptora que em níveis diferentes estão integradas ao processo de agregação de valor turístico. O objetivo comum é a maximização de seus resultados e a minimização de seus custos. Pelo lado físico, ofertam bens e serviços governamentais, e pelo lado financeiro, recebem o pagamento dos bens e serviços e pagam salários aos trabalhadores, impostos ao governo e juros pelos financiamentos tomados nos bancos.
- Empresas de hospedagem: um dos grandes diferenciais em relação as demais empresas do setor é o fato de que o turista permanece durante um maior tempo em contato com elas, necessitando de valores sob a forma de diversos serviços correlatos à sua permanência. Constituem postos de trabalho e, ao mesmo tempo, um comprador de bens e serviços produzidos por outras empresas. Do governos recebem a oferta de bens e serviços, e pagam a ele os respectivos impostos e taxas.
- Agências financeiras da localidade receptora: são as diversas empresas ofertantes de valor sob a forma de crédito. Têm a função de financiar as empresas para a produção e de ofertar créditos aos turistas via cartão de crédito. Em contrapartida, recebem juros e taxas pelos serviços cobrados.
- Operadoras turísticas: são empresas que negociam a aquisição de diárias em hotéis, lugares em vôos ou fretamento aéreo e rodoviário. Montam roteiros e seus produtos finais, chamados de pacotes, são distribuídos às agências e, eventualmente, direto aos turistas. Pelo lado físico, recebem a oferta de mão-de-obra pelos trabalhadores, compram as estadias das empresas de hospedagem, os lugares em vôos e as viagens rodoviárias. Pelo lado financeiro, pagam salários e contratam serviços de todas empresas relacionadas aos seus produtos. Existe um outro tipo de operadora, a de eventos, cuja dinâmica está na organização de atrativos temporários com diversas especialidades.
- Empresas de transporte: variam da simplicidade das pequenas excursões rodoviárias até as sofisticadas viagens em cruzeiros marítimos. Atuam num mercado de elevada concorrência, pois os turistas têm opção entre as empresas e o tipo de transporte, além do seu próprio automóvel.
- Agências de viagens: estas têm função fundamental no processo de agregação – apesar de seu trabalho estar no processo de transformação. Pelo lado físico, distribuem a oferta de pacotes turísticos feita pelas operadoras e os vendem aos turistas. Pelo lado financeiro, pagam salários aos trabalhadores e os produtos às operadoras.
- Bares e restaurantes: representam as opções de gastronomia e prestam serviços de alimentação e bebidas para os turistas.
- Casas de entretenimento: representam um complexo de atividades de diversão, lazer, cultura, shows, jogos, compras e outros tantos serviços que podem ser classificados por tipo de interesse e faixa etária.
- Órgãos gestores e trabalhadores dos locais de visitação: nesta categoria incluem-se lugares que geram a prestação de serviços para os visitantes e, por conseguinte, emprego para diversos tipos de profissionais.
- Órgãos gestores e trabalhadores dos locais de passagem: faz parte o fluxo de pessoas. As necessidades de infra-estrutura e de estrutura específica geram empresas de construção e manutenção gerando atividades que agregam valor e que geram empregos.
- Instituições de ensino: têm a função vital de desenvolver e socializar o conhecimento, formando profissionais capacitados para a produção no sistema turístico.
- Organizações não-governamentais: criam redes capazes de alavancar projetos sociais, culturais, econômicos e ambientais.
- Empresas de passeios: algumas empresas são especializadas na organização de passeios para a realização de atividades.
- Atratores: são organizações privadas ou públicas que captam eventos para a localidade, cujos escritórios, estrategicamente localizados, divulgam os atrativos da localidade em outras comunidades. Também podem fazer transações comerciais em favor da recepção de turistas pela localidade que representam e organizar a participação da localidade nos mais diversos tipos de feiras e congressos que estejam no foco de interesse da comunidade representada.
- Turistas: tem como objetivo maior a busca da satisfação de suas necessidades, desejos e sonhos dentro de suas restrições de renda e tempo. Transformam dinheiro em valor de uso. Ele também participa como co-produtor ou até mesmo como destruidor do valor turístico local.
- Sistema financeiro da localidade emissora: tem a função primordial, de financiar as viagens dos turistas e receber os recursos destinados à poupança que os turistas utilizarão para realizar suas viagens.
- Governo da localidade emissora: realiza políticas econômicas e estabelece intercâmbio com localidades receptoras. Também regulamenta as leis e exerce controle sobre o fluxo de pessoas.
Indiretamente e de forma induzida, várias outras atividades e agentes operam em favor do processo de agregação.
Os sistema turístico de produção passa a ser entendido e contextualizado sobre o espaço social no qual se estabelecem as relações econômicas. A localidade é a base espacial do produto turístico, e os produtos sociais nascem da relação entre pessoas. Um destino turístico é o núcleo do valor turístico. O produto e o destino turístico juntos formam o complexo turístico. E a ele se agregam produtos turísticos complementares. As demais empresas que atuam indiretamente para o turismo e que recebem seus efeitos sob a forma induzida, geram produtos periféricos. Esse conjunto produtor tem o nome de pólo turístico.
O sistema econômico do turismo é um sistema aberto onde os agentes econômicos estabelecem relações com outras localidades que utilizam outras moedas, possuem formas de organização tecnológicas e culturas distintas e uma conjuntura econômica diferenciada. Assim, ao construir a economia do turismo, deve-se levar em consideração fatores exógenos ao sistema de análise, e não somente os fatores endógenos.
A distinção entre microproduto e macroturístico tem relação, pelo monos inicialmente, com a de um produto agregado. O bem é a definição genérica dos frutos da produção econômica, com um serviço de transporte aéreo. O produto agregado é a especificação de um coletivo de valores que são gerados em uma localidade.
O processo de agregação passa por três níveis, que são;
- Micro: processos produtivos das empresas.
- Meso: cidades e regiões como acumulação de valor turístico.
- Macro: organização de estratégias.
O objetivo de cada organização é gerar valor turístico sob a forma de um produto ou subconjunto de produtos que gere renda para viabilizar sua sustentabilidade. Os fatores de produção turística são diferenciados em cada perspectiva de elementos que os compõem.
Para entender melhor o microproduto turístico, é necessário analisar os problemas econômicos fundamentais da elaboração desse produto.
As atividades produtivas que resultam em um microproduto turístico têm em comum dois tipos de problemas econômicos: a curto prazo, a decisão de produzir, e a longo prazo, a decisão de investir.
Para expandir a produção turística, existem as seguintes possibilidades:
- Avanço tecnológico
- Aumento de investimentos
- Aumento na qualidade do trabalho
- Resgate do patrimônio histórico e cultural
- Modificação nas preferências da demanda
O avanço tecnológico permite a redução de custos e a atração de mais turistas.
O turismo, por ser composto por muitos bens de patrimônio público, requer de investimentos feitos pelos governos municipais, estaduais e federal, devendo acrescentar-se ao processo de decisão de investir os interesses políticos envolvidos e as outras necessidades dos cidadãos.
O capitalista tende a investir nos destinos de maior valor turístico e ambiente favorável pelo fato de poder absorver questões relativas a lucros por causa das vantagens locais.
No ambiente econômico atual, é evidente o acirramento da competitividade. Assim, as empresas buscam aprimorar seus serviços. No caso do turismo, que tem seu mercado em expansão, as organizações precisam conquistar os espaços econômicos que estão se definindo.
A estrutura de mercado no qual as empresas atuam é modeladora de sua conduta e de seu desempenho. Nestas estruturas encontram-se;
- Concorrência perfeita
- Concorrência monopolista
E os tipos de mercado são:
- Oligopólio
- Monopólio
No ambiente concorrêncial, as empresas tendem a recorrer a certas estratégias de conduta, tais como:
- Diferenciação do produto; que pode ser real ou subjetiva. As empresas diferenciam seu produto com o objetivo de segmentar o seu mercado.
- Discriminação de preços: trata-se de uma estratégia de estabelecer preços diferenciados para categorias e produtos distintos.
- Horizontalização: uma empresa que opera em uma determinada atividade turística pode diversificar seus negócios abrindo outras empresas que não tenham necessariamente a ver como turismo.
- Guerra de preços: essa conduta das empresas ocorre quando estão em acirrada disputa por espaço no mercado.
- Cartelização: ocorre quando as empresas que vendem um mesmo produto estabelecem acordos sobre seus preços, sua atuação no mercado, eliminando os esforços da concorrência.
- Fusão: estratégia na qual as empresas se unem passando a ser uma só, como o objetivo de tornarem mais fortes no mercado e aumentarem suas margens de lucros.
- Parcerias: as empresas fazem também acordos comerciais visando à troca de tecnologia, complementação em atuação no mercado e de troca de serviços, ficando cada uma responsável pela produção na qual é mais eficiente.
Há uma classificação das formas de desempenho das empresas;
- Receita: nada mais é do que a quantidade vendida multiplicada pelo preço dos produtos vendidos.
- Lucro: é a receita subtraída dos custos. E a lucratividade é o porcentual do lucro sobre a receita.
- Margem de lucro: significa o porcentual de lucro que a empresa opera sobre o preço cobrado. Quanto maior o grau de monopólio que a empresa tiver dentro de sua estrutura de mercado, maior será sua margem de lucro.
- Custos: existem diversas formas de avaliar os custos, (1) custos diretos relativos a atividades-fim da empresa/ o que o pessoal produz, custos indiretos relativos à atividades administrativas; (2) custos fixos são aqueles que independem do volume produzido pela empresa, custos variáveis, dependem do volume produzido; (3) custeio-padrão analisando uma a uma as atividades e custeando-as, as empresas acompanham os custos que efetivamente acontecem a cada período, custo real; (4) indicadores de eficiência são utilizados para encontrar os pontos ótimos da produtividade de uma empresa; (5) indicadores de qualidade, as empresas perceberam que a qualidade é a satisfação do cliente; (6) market-share ou fatia de mercado, muitas empresas estabelecem metas de crescimento para a sua participação no mercado; (7) investimentos o volume deste revela o plano estratégico da empresa; (8) no balanço real algumas empresas, além de gerarem empregos fazem doações, auxílios que levem a benefícios sociais; (9) no balanço verde a questão ecológica começou a ganhar uma atenção maior das empresas à medida que perceberam a escassez que seus processos produtivos estavam causando à natureza.
Existem dois processos de redução de custos: - as economias de escala são reduções nos custos unitários dos produtos via aumento de escala de produção, - as economias de escopo são novas formas de organização estratégias do processo produtivo que eliminam custos dentro de um mesmo nível de produção.
O modelo Estrutura-Conduta-Desempenho é uma forma de análise da competitividade das empresas turísticas com base em fatores internos.

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