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sábado, 10 de abril de 2010

Turismo e Patrimônio Cultural - Museus

INTRODUÇÃO

Turismo é o deslocamento de pessoas de seu domicílio cotidiano, por no mínimo 24 horas, com a finalidade de retorno, segundo definição da OMT – Organização Mundial do Turismo. Trocas de experiências entre os viajantes e a população local. Essa parece ser a essência mesma do turismo, pois, principalmente com as novas tecnologias, quase tudo se poderia fazer sem sair de nosso ambiente, tanto descansar quanto aprender uma língua estrangeira. Em principio, portanto, as pessoas só decidem viajar se e quando querem entrar em contato com outros costumes e maneiras de viver, com outros povos e culturas, com outras realidades.
De uma forma bem ampla, pode-se dizer que todo turismo é cultura. O turismo de massa trouxe novas formas de se fazer turismo sem que se tenha, efetivamente, que se sair de seu próprio ambiente. A idéia é que não é o que se vê, mas como se vê, que se caracteriza o turismo cultural.
O patrimônio cultural é tudo aquilo que constitui um bem apropriado pelo homem, com suas características únicas e particulares.
Às vezes, a solenidade atribuída ao termo patrimônio sugere que se façam parte apenas os grandes edifícios ou grandes obras de arte, mas o patrimônio cultural abrange tudo que constitui parte do engenho humano e, por isso, pode estar no cerne mesmo do turismo.
O turismo tende a considera o patrimônio cultural como aquele que se volta para certos tipos de atividades mais propriamente culturais, tais como as visitas a museus, a cidades históricas ou a roteiros temáticos.
Ainda que a política de patrimônio cultural tenha preservado muito desigualmente os bens culturais, com o predomínio do grandioso e rebuscado em detrimento daquilo que representa os costumes e anseios de muitos, não cabe dúvida de que o contato direto com museus, edifícios e artefatos históricos permite uma salutar abertura para a variedade cultural, no passado e no presente.
Em certo sentido, o folclore pode ser considerado como a expressão cultural mais legítima de um povo, sua alma expressa de forma figurada em mil histórias e rituais que, além de encantarem o turista, permite que se trave contato direto com as muitas manifestações de identidade.
As viagens permitem não apenas conhecer outras realidades, mas perceber e valorizar a grande e rica diversidade cultural brasileira. A cidadania só constrói com o reconhecimento e respeito pelas muitas formas de se viver e de se pensar o mundo.
O turista atento à cultura apreciará melhor seus interlocutores locais e seus costumes, aproveitará melhor seu lazer e poderá valorizar a diversidade cultural, contribuindo, dessa forma, para a formação de uma cidadania mais critica. Não apenas consumidores passivos da cultura, mas poderão interagir com as diversas manifestações culturais.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

No século XVII, as boas famílias mandavam seus filhos completarem a educação com viagens nas quais aprendiam línguas e costumes de outros povos, compravam obras de arte e visitavam os monumentos da Antiguidade.
Em meados do século XIX, as viagens passaram a ser organizadas por pessoal especializado, tornando-se, aos poucos, uma forma de negócio denominado turismo, gerador de lucros, empregos e divisas, para numerosos países. O pioneiro no ramo parece ter sido Tomas Cook que constituiu na Inglaterra uma empresa inicialmente dedicada às excussões ferroviárias de recreação.
A atividade turística é, portanto, produto da sociedade capitalista industrial e se desenvolveu sob o impulso de motivações diversas, que incluem o consumo de bens culturais. O turismo cultural, tal qual o conceito atualmente, implica não apenas a oferta de espetáculos ou eventos, mas também a existência e preservação de um patrimônio cultural representado por seus museus, monumentos e locais históricos.
Originalmente a palavra patrimônio esteve relacionada à herança familiar, mais diretamente aos bens materiais. No século XVIII, quando, a França, o poder público começou a tomar as primeiras medidas de proteção aos monumentos de valor para a história das nações.
Unifica-los em torno de pretensos interesses e tradições comuns, resultando na imposição de uma língua nacional, de costumes nacionais, de uma história nacional que se sobrepôs às memórias particulares e regionais.
Ao falarmos patrimônio, em geral, nos referimos `a uma parte apenas dos bens culturais, o patrimônio histórico-arquitetônico. Essa noção foi abarcada por outra, mais ampla, a de patrimônio cultural, que envolve ainda a de patrimônio ambiental, uma vez que hoje concebemos o ambiente como um produto da ação dos homens, portanto, da cultura.
A construção do patrimônio cultural é um ato que depende das concepções que cada época tem a respeito de que, para quem e por que preservar.
A partir do final da década de 1970, verificou-se a valorização do patrimônio cultural como um fator de memórias das sociedades. Hoje entendemos que, além de servir ao conhecimento do passado, os remanescentes materiais de cultura são testemunhos de experiências vividas, coletiva ou individualmente, e permitem ao homens lembrar e ampliar o sentimento de pertencer a um mesmo espaço, de partilhar uma mesma cultura e desenvolver a percepção de um conjunto de elementos comuns, que fornecem o sentido de grupo e compõe a identidade coletiva.
Assim, acreditamos que preservar o patrimônio cultural – objetos, documentos escritos, imagens, traçados urbanos, áreas naturais, paisagens ou edificações – é garantir que a sociedade tenha maiores oportunidades de perceber a si própria.
A forma de pensar nossa herança cultural como um lugar de memória vai de encontro à pratica de preservação do patrimônio que se estabeleceu no país na década de 1930 e, até certo ponto, ao próprio rumo assumido pelas atividades de turismo no Brasil.
A própria concepção de cultura e história. País de herança escravista, no qual o trabalho não era visto como forma de criação de valores culturais, os objetos considerados dignos de proteção estiveram, até recentemente, relacionados à colonização e às classes proprietárias, cujo conceito de sociedade e privilégios excluíam, em geral, todos os não proprietários.
Negros e brancos pobres eram vistos nos livros escolares como trabalhadores, mas não construtores de cultura, distinção que cabia a poucos, brancos e proprietários, com acesso aos bancos das faculdades e à cultura européia, tida como modelo.
Desse modo, é de todo compreensível a distância entre o patrimônio cultural e a maioria da população brasileira, uma vez que essa não reconhecia nele nada seu.
A memória é uma forma de os indivíduos e as sociedades recomporem a relação entre o presente e o passado, para manter o equilíbrio emocional.
Na década de 1690, o governo Castelo Branco instituiu o Conselho Nacional de turismo e a Empresa Nacional de Turismo – EMBRATUR, ambos voltados para a coordenação das atividades de turismo às necessidades do desenvolvimento econômico e cultural. O Sistema Nacional de Turismo foi instituído em 1967, ano em que também se realizou o I Encontro Oficial de Turismo Nacional. Tratava-se de fomentar uma atividade econômica que atendia ao desenvolvimento social.
A finalidade do patrimônio, originalmente tida como a de representar o passado das nações, multiplicou-se. A partir de dois pontos de vista, muitas vezes tomados com antagônicos – o de poder público, que pretende a valorização dos bens como mercadorias culturais, e o de parte da sociedade, que o vê como um fator comum de qualidade de vida.
Uma das ameaças à manutenção da herança cultural é o turismo massificado e sem controle, uma vez que ele destrói a identidade de cada lugar.

MUSEUS

Esta estreita relação entre o turismo e os museus vem sendo construída ao longo do tempo, cujos elementos-chave podem ser entendidos como a existência de acervos consagrados, de um trabalho dinâmico de musealização e, finalmente, de estratégias de marketing direcionada ao turismo.
Na cruzada para atrair o turista, os museus mais importantes contam com exposições temporárias, constantemente renováveis; pessoal treinado para atender diferentes segmentos de público; ingressos promocionais; publicações impressas em vários idiomas; e divulgação das atividades por meio de campanhas publicitárias. Nesse contexto, os museus, além de espaços de exposições, curadoria, pesquisa e ação educativa, transforma-se, eminentemente, numa atividade rentável, geradora de recursos, aplicadas na sua própria manutenção. Mais muito mais, os museus passam a constituir, por si só, um pólo de atração, cujos dividendos são repartidos com diversos setores da indústria turística.
A ausência de incentivo e divulgação mais agressiva cria um círculo vicioso, que afasta o turista dos museus e ao mesmo tempo impedem que o museu se reestruture para atingir um público mais amplo. Um potencial à ser explorado.
O Brasil possui museus históricos, de arte, de arqueologia e de ciências que se inserem numa perspectiva museológica mais próximos do tradicional. Muitos deles foram criados no século XX, e sua história se confunde até mesmo com as características arquitetônicas do prédio que os abriga. Uma visita a um desses locais de justificaria, em termos turísticos, não só pelo conteúdo do acervo, mas também pelo valor de sua arquitetura.
Mesmo sem rivalizar com os principais museus europeus, no campo das artes temos vários museus de destaque.
Um museu recebe grande número de estudantes e turistas, atraídos pela possibilidade de compreender um pouco mais da história regional.
A partir da década de 1970 foram desenvolvidos diferentes modalidades de museus, que representam formas de comunicar o conhecimento ultrapassando a barreira física dos prédios, especialmente construídos para abriga-los.
Embora a relação entre museus e turismo seja ainda incipiente, ela representa segmento de mercado a ser trabalhado. Nesse sentido, alguns investimentos são necessários por parte dos museus, das comunidades envolvidas e dos setores ligados ao turismo. mesmo diante das dificuldades assinaladas, parece-nos importante ressaltar o potencial turístico dos meseus.

REFERÊNCIA

FUNARI, Pedro Paulo e PINSKY, Jaime. Turismo ePatrimônio Cultural. Ed. Contexto, São Paulo, 2003.